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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Após tentativas frustradas de negociação amigável com a empresa Odebrecht, o cantor Caetano Veloso vai recorrer à Justiça com o intuito de impedir que

Após tentativas frustradas de negociação amigável com a empresa Odebrecht, o cantor Caetano Veloso vai recorrer à Justiça com o intuito de impedir que a construtora utilize o termo “Tropicália” para dar nome a um condomínio de luxo em Patamares, no litoral de Salvador, na Bahia. Segundo a advogada do artista, Simone Kamenetz, uma ação com pedido de tutela antecipada será protocolada até a próxima semana.

Além de Caetano, outros artistas que participaram do movimento cultural surgido no fim da década de 60 – que valorizava a experiência estética como um instrumento social revolucionário–, tais como os cantores Gilberto Gil e Tom Zé, que já apoiaram publicamente a revolta de Caetano, devem fortalecer a movimentação judicial contra os planos da empreiteira.

De acordo com a Odebrecht Realizações Imobiliárias, o objetivo da empresa é o de “referendar um importante movimento artístico, de grande representatividade na Bahia e no Brasil”. Porém, Kamenetz afirma que a “homenagem” proposta pela Odebrecht é uma violação dos direitos de propriedade intelectual (referindo-se a Caetano Veloso), e argumenta que o objetivo do cantor não é o de cobrar retorno financeiro. “Ele não vai licenciar de jeito algum e não quer receber dinheiro da Odebrecht, que já sinalizou querer se apropriar na marra”, disse.

Segundo a advogada, o artista baiano não quer ver em hipótese alguma a sua obra associada a um empreendimento imobiliário –atividade que está em plena expansão na capital baiana e já foi constantemente criticada pelo próprio Caetano Veloso. O artista compreende que a construção desregrada de grandes imóveis está “desfigurando” a orla de Salvador.

“Salvador tem sido assaltada com esses empreendimentos gigantescos. A postura do Caetano é muito clara: não usem a minha obra. Ele nunca comercializou a sua obra para ganhar dinheiro com propaganda. Você nunca viu nenhuma música do Caetano associada a refrigerantes ou detergentes, por exemplo. A Odebrecht fala em homenageá-lo, mas a verdade é que os homenageados não querem essa homenagem. Há muitas outras pessoas por aí que ficariam felizes com essa homenagem. Não é o caso do Caetano”, explicou.

Kamenetz argumenta que a questão não se resume apenas ao batismo do novo condomínio de luxo – que se chamaria “Tropicália”. “Na verdade, os edifícios internos também receberiam nomes inspirados na obra do Caetano”, disse.

“Um dos prédios se chamaria ‘Alegria’ [em referência ao clássico 'Alegria Alegria', considerado o marco inicial do movimento tropicalista, em 1967]. Outro se chamaria ‘Divino, Maravilhoso’ [alusão a um dos grandes sucessos da dupla Caetano Veloso e Gilberto Gil]. Já há outdoors em Salvador que utilizam expressões como ‘Onde o divino encontra o maravilhoso’. Os princípios do Caetano estão sendo violados”, completou.

Outro lado
Em nota, a Odebrecht afirmou ao UOL que “foram feitas as devidas consultas prévias ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), órgão competente, e ficou constatado que não há impedimento para o uso do nome ‘Tropicália’ em um empreendimento imobiliário”.

No entanto, segundo a advogada de Caetano Veloso, Simone Kamenetz, o argumento da Odebrecht em relação à consulta no INPI é “fraco”, já que há clara intenção de se apropriar do ideário de um movimento artístico cuja expressão icônica se dá na imagem e na obra de músicos como Caetano, Gilberto Gil e Tom zé.

“Além da música, Caetano é um formador de opinião, que frequentemente expressa suas convições políticas e ideológicas. Eles querem se aproveitar disso”, afirmou a advogada.

A empreiteira destacou ainda que o termo “Tropicália” é ou já foi utilizado como nome de “vários produtos, serviços e estabelecimentos no país”. De acordo com a assessoria da construtora baiana, a empresa “não utilizou, tampouco sugeriu nem autorizou o uso dos nomes dos integrantes do movimento para promover o empreendimento”.

Outros artistas
A reportagem do UOL tentou entrar em contato com Gilberto Gil, porém o cantor estava gravando em seu estúdio no Rio de Janeiro. Foram enviadas perguntas para a assessoria de imprensa do artista, que deverá se pronunciar em breve sobre o caso.

Já o cantor Tom Zé, um dos ícones do movimento tropicalista, expôs as suas opiniões sobre o assunto por meio de uma carta formal enviada à diretoria da Odebrecht.

“Portanto, manifesto-me aqui, como membro do movimento tropicalista e artista da música brasileira, para requerer aos senhores que cessem o uso indevido dos nomes das obras artísticas que foram e são referência no cenário artístico nacional e internacional, posto que tal uso, além de não autorizado, vai contra toda a filosofia desse movimento, cujos participantes jamais autorizariam vincular sua obra a um empreendimento imobiliário desse porte”, escreveu.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Incorporadora dos EUA chega ao Brasil com R$ 1 bi para investir

Com o plano de investir 1 bilhão de dólares em três anos, a incorporadora Related Brasil anunciou sua chegada ao país com uma meta ambiciosa: estar entre as maiores empresas do setor neste mesmo prazo. Criada a partir das incorporadoras norte-americanas The Related Group e Related Companies, a nova empresa começa a dar os passos iniciais em território brasileiro com a estimativa de destinar 120 milhões de dólares aos primeiros projetos, que devem ser lançados em cerca de três meses.

“A intenção é estar entre as maiores empresas (incorporadoras) em três anos”, disse o presidente-executivo da Related Brasil, Daniel Citron, que foi presidente no Brasil da gestora de investimentos imobiliários de alto padrão Tishman Speyer. Entre as maiores construtoras e incorporadoras do país estão a PDG Realty e Cyrela Brazil Realty.

Segundo Citron, o aporte de 1 bilhão de dólares – formado por recursos próprios e de terceiros- deve se converter em Valor Geral de Vendas (VGV) entre três e quatro vezes maior até 2014. Este ano, a empresa deve ter de três a quatro projetos no país. “De todas as possibilidades que olhamos, o país com maior potencial de crescimento nas próximas duas ou três décadas é o Brasil”, afirmou o cubano Jorge Pérez, um dos sócios da Related Brasil.

O Related Group, fundado em Miami por Pérez, e a Related Companies, criada por Stephen Ross em Nova York, estão entre as maiores incorporadoras dos EUA, com portfólio combinado de cerca de 20 bilhões de dólares. Ross também é sócio da Related Brasil. “Vemos (no Brasil) muitas das características encontradas nos Estados Unidos anos atrás”, acrescentou. Para atingir a meta de alcançar o topo do setor, a Related considera parcerias e até mesmo aquisições.

Com posicionamento nos padrões de renda médio e alto, a nova empresa ainda não formou um banco de terrenos e está negociando áreas para empreendimentos nos segmentos residencial, comercial (venda e locação), hoteleiro e projetos de desenvolvimento urbano.

Time brasileiro – Os sócios da Related Brasil se apoiam no argumento dela ser a única incorporadora de origem totalmente norte-americana a investir no país por meio da criação de uma empresa nacional. Com escritório sediado na região da avenida Faria Lima, em São Paulo, Citron está cuidando atualmente de compor a diretoria da companhia, que será composta por brasileiros. “Não queremos saber mais que os brasileiros… vamos trazer conhecimento. Estamos falando com empresas aqui, queremos firmar parcerias e ser uma empresa brasileira, não apenas ter um ou dois projetos”, disse Pérez.

Ele acrescentou que o grupo vem negociando parcerias em projetos com “grandes empresas” no Brasil, principalmente parcerias regionais. A Related também recorrerá a parceiros por não ter construtora própria. Embora não descarte operar em cidades carentes de terrenos como São Paulo e Rio de Janeiro, o comando da companhia está de olho na região Nordeste. “É mais fácil entrar onde os preços não subiram tanto, onde existe mais área disponível… o Nordeste oferece mais possibilidades”, disse Citron.

Inicialmente, a Related Brasil deve ter participação pequena nas operações do grupo norte-americano, mas a fatia tende a aumentar gradualmente e se tornar parte relevante, segundo Pérez. Embora a companhia tenha projetos isolados em outros países da América Latina, como México, Colômbia e Uruguai, o executivo ressaltou que o Brasil será “foco de atenção” do grupo agora.

‘Bolha’ de preços – Sob a sombra da possibilidade de formação de uma bolha imobiliária no Brasil, Pérez disse estar sempre preocupado, sobretudo se considerados os preços em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, quando comparados a Miami, por exemplo.”A preocupação é se os preços estão altos porque a demanda é alta e se a demanda cair eles vão cair também”, afirmou, ponderando que o Brasil tem a seu favor o aumento de renda da população e a migração de classes.

“Diferentemente dos EUA e da Europa, a classe com maior poder de compra está crescendo de forma muito mais forte, suportando o mercado”, assinalou.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

DECLARAÇÃO SOBRE OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS – DOI

A Declaração Sobre Operações Imobiliárias (DOI) deve ser encaminhada mensalmente à Receita Federal pelos Tabelionatos de Notas, pelos Cartórios de Registro de Imóveis, pelos Cartórios de Títulos e Documentos e pelos serventuários da Justiça, contendo informações relativas às operações imobiliárias anotadas, averbadas, lavradas, matriculadas ou registradas no mês anterior. À cada operação imobiliária deve corresponder uma DOI. Não há mais o que o Imposto de Renda não saiba….

NOVA PESQUISA SOBRE USUÁRIOS DAS REDES SOCIAIS

A Lopes, uma das maiores empresas brasileiras de intermediação e consultoria imobiliária, realizou um estudo sobre o uso das mídias sociais pelos interessados na compra de imóveis. A pesquisa mostrou que 64% dos entrevistados utilizam as redes sociais, havendo uma relação direta de aumento entre o público mais jovem: enquanto apenas 31% dos usuários entre 50 a 74 anos usam as redes sociais, o público de 18 a 34 anos tem um índice de uso de 72%. Para os usuários entre 35 e 49 anos, o uso desses canais é comum para 55%. O estudo também mostrou que há uma relação inversamente proporcional entre o uso de redes sócias e os aspectos demográficos. Entre as pessoas com renda familiar mensal até R$ 6,9 mil, 71% são usuários assíduos de mídias sociais, relação que diminuiu em famílias com renda a partir de R$ 30 mil, em que somente 27% utilizam as ferramentas online.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A 28 meses da Copa, só um estádio tem mais de 50% de obras feitas

Faltando pouco mais de dois anos para a Copa do Mundo de 2014, apenas um dos 12 estádios que serão usados no torneio tem pelo menos metade de sua preparação concluída. A informação consta de um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre obras para o Mundial.

O documento traz informações sobre todas as obras para a Copa coletadas até janeiro deste ano. Segundo o relatório, o Estádio Castelão, em Fortaleza (CE), é o que está mais adiantado quanto à sua preparação para o torneio. Orçado em R$ 518 milhões, ele tem 50,9% de sua obra já executada.

Na média, a preparação dos estádios está 26% executada, de acordo com o TCU. Esse percentual ainda desconsidera o andamento da obra da Arena Amazônia, não foi informado no relatório elaborado pelo Tribunal de Contas, que fiscaliza os contratos do governo. Como quase todas as obras dos estádios estão recebendo recursos ou empréstimos com dinheiro público, elas foram todas incluídas no relatório.

De acordo com o documento, as obras que mais preocupam são as do Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), e da Arena da Baixada, em Curitiba (PR). A reforma do estádio da Copa no Rio Grande do Sul está parada há oito meses esperando um acordo entre o Inter, clube dono da arena, e as construtoras responsáveis pela obra. Já o estádio do Paraná tem só 5,5% da sua obra de preparação para o Mundial concluída, segundo o tribunal.

O Estádio Nacional Mané Garrincha, de Brasília (DF), é que está mais adiantado depois do Castelão. Ele tem 42,5% de suas obras executadas.

Arena Pantanal, em Cuiabá (MT); Arena Fonte Nova, em Salvador (BA); e Mineirão, em Belo Horizonte (MG), vêm em seguida com cerca de 35% das obras prontas. Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ); Itaquerão, em São Paulo (SP); e Arena Pernambuco, em Recife (PE), estão mais de 20% concluídos. Já a obra da Arena das Dunas, em Natal (RN), está 11% executada.

A obra da arena de Natal, inclusive, foi citada como a mais preocupante pelo secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, em sua visita ao Brasil em janeiro. Em entrevista coletiva, Valcke disse até que o estádio poderia ser excluído do Mundial caso não acelerasse suas obras.

À época, a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, disse que a obra está dentro de seu cronograma e que não há motivos para preocupações

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Construtoras planejam entrega recorde de escritórios

O mercado imobiliário de São Paulo e do Rio deverá ter recorde de entrega de edifícios comerciais de alto padrão em 2012, de acordo com pesquisa da consultoria Cushman & Wakefield. Só em São Paulo, as construtoras estimam entregar 570 mil metros quadrados de escritórios “classe A”, cinco vezes mais do que o volume registrado em 2011 e um aumento de 28% em relação ao estoque total.

A expansão em São Paulo se justifica, em parte, pelo atraso na entrega de empreendimentos previstos para 2011 e antecipação de projetos que seriam finalizados em 2013, afirmou a gerente de Pesquisa de Mercado para América do Sul da Cushman, Mariana Hanania.

A taxa de vacância de escritórios de alto padrão em São Paulo caiu 2,4 pontos porcentuais em 2011, para 7,8%, o menor nível registrado desde 2008. A redução dos espaços vagos se refletiu no valor do aluguel, que atingiu em 2011 a máxima desde 1995, quando a pesquisa foi iniciada. O preço médio do metro quadrado na cidade ficou em R$ 114 ao mês no fim do ano passado, uma alta de 24% em relação a 2010.

Para Mariana, o aumento da oferta no mercado paulistano deve elevar a taxa de vacância e estabilizar os preços, em média. Mas, segundo ela, não há risco de bolha. “Esse aumento reflete o ótimo momento pelo qual passa o mercado. O que tem sido entregue em São Paulo está sendo absorvido rapidamente”, disse.

As construtoras responderam à demanda com mais lançamentos nos últimos anos, que estão sendo finalizados agora. A Brookfield estima que cerca de 10% dos seus negócios estão focados em edifícios comerciais de alto padrão em São Paulo e no Rio. “É um negócio que exige mais capital, mas traz margens maiores. É uma forma de diversificar nossa atuação”, afirmou o diretor executivo da Brookfield, Alessandro Vedrossi.

Neste ano, a empresa contribuirá para o aumento da oferta no mercado. Um único empreendimento, por exemplo, entregue no fim de janeiro e localizado na avenida Faria Lima, um dos mais cobiçados endereços comerciais de São Paulo, adicionou ao mercado uma oferta de 70 mil metros quadrados. O empreendimento está 100% previamente locado desde a metade do ano passado, por mais de R$ 170/m² ao mês.

A Brookfield não está sozinha. A Regus, multinacional britânica que oferece espaços comerciais, pretende abrir quatro novos centros empresariais em 30 dias. Com isso, a empresa terá 30 complexos, o triplo de 2010. “Existe escassez de produtos. Temos centros 100% ocupados em diversas regiões”, disse o diretor-geral da Regus no Brasil, Guilherme Ribeiro.

Assim como Ribeiro, o executivo da Brookfield não espera excesso de oferta de escritórios de alto padrão. Vedrossi vê dois movimentos de demanda no segmento. São empresas em expansão, que precisam de espaços maiores, e companhias com sede em prédios antigos, que buscam edifícios mais modernos.

Carioca
No Rio, o recorde de entregas de escritórios de alto padrão foi quebrado em 2011. No ano passado, chegaram ao mercado 148 mil m², mais do que o pico do setor, registrado em 2008. Para 2012, a expectativa do mercado é superar 2011 e entregar 220 mil m² de imóveis comerciais no segmento, segundo a pesquisa da Cushman.

Em 2011, o preço médio do aluguel desses imóveis caiu 10% no Rio de Janeiro, para R$ 120/m² ao mês. Mesmo assim, a cidade registra o maior valor de locação das seis capitais analisadas pela Cushman. “A queda foi pontual. Foram entregues muitos edifícios na Barra, que é um bairro com aluguel mais barato que o Centro, o que puxou a média para baixo”, explicou Mariana.

A estimativa dela é que os preços de locação no mercado corporativo voltem a crescer no Rio este ano. A previsão de entrega de novas unidades em bairros mais caros, como o Centro, deve elevar o preço médio.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

'Puxadinho' cede espaço para casa nova

Fonte: O Estado de São Paulo

Construtoras respondem hoje por 65% do PIB do setor e a autoconstrução, que sempre foi a maior parte, representa 35%, revela Sinduscon-SP.
O tradicional hábito do brasileiro de fazer um "puxadinho", isto é, acrescentar cômodos à casa baseado na autoconstrução, está perdendo força. Um estudo do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) revela que as empresas formais, as construtoras, respondem hoje por 65% do Produto Interno Bruto (PIB) do setor, enquanto a autoconstrução, que sempre foi a maior fatia, representa 35%.

Em 2003, as proporções eram invertidas. As construtoras detinham 44% do PIB do setor e a autoconstrução, que sustentava o consumo "formiga" de materiais, era maioria, com mais da metade (56%) da produção da construção. "Hoje a maior parte do PIB da construção está nas empresas formais, pequenas ou grandes", afirma a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção da FGV e responsável pelo estudo.

Ela explica que o trabalho foi feito com base nos dados do PIB da construção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que incluem obras de infraestrutura, investimentos da indústria, do comércio e habitação. "Mas o grande impulso para essa mudança de perfil do PIB da construção veio das moradias das famílias, porque a outra parte (obras de infraestrutura) sempre foi formal", observa a economista. O segmento de habitação inclui tanto as moradias feitas dentro programa habitacional do governo, Minha Casa, Minha Vida, como aquelas que não contam com esse subsídio.

Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do Sinduscon-SP, aponta a oferta de crédito para aquisição da casa própria como o fator que desencadeou essa inversão entre a parcela das empresas formais e da autoconstrução. "Antes não havia financiamento e as famílias tinham de fazer a casa por conta própria."

No ano passado, o crédito imobiliário atingiu a maior marca da história. Entre recursos da caderneta de poupança e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) foram emprestados R$114,1 bilhões para a habitação, com crescimento de 36% em relação a 2010. A maior parte dos financiamentos foi bancada com dinheiro da caderneta de poupança (R$ 79,9 bilhões), que teve acréscimo 42% ante 2010, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

"Para este ano, esperamos um crescimento de 30% nas cifras financiadas com recursos da poupança", prevê o presidente da Abecip, Octávio de Lazari Junior. Em 2011, a fatia do crédito imobiliário no PIB total do País foi de 4,7% e a perspectiva é de que essa participação atinja 6% em 2012 e chegue a 10% em 2014.

Ele observa que as instituições financeiras traçam um cenário favorável para o crédito. A taxa de desemprego no menor nível da série histórica, o crescimento da renda e o déficit habitacional de mais de 8 milhões de moradias criam um quadro seguro para os bancos emprestarem. Aliás, o crédito imobiliário encerrou 2010 com a menor inadimplência em nove anos (2%).

As condições dos financiamentos imobiliários refletem esse quadro favorável. Lazari Junior ressalta que dez anos atrás o prazo máximo dos empréstimos era de 15 anos e hoje está em 30 anos. Além disso, a taxa de juros, que era de 12% ao ano mais a variação da TR (Taxa Referencial), caiu para 10% mais TR. "Com mais crédito, renda e segurança no emprego, as pessoas procuram um lugar melhor para morar."

Materiais. As construtoras e a indústria de materiais de construção confirma a mudança de perfil da construção civil. "Antes, dois terços do materiais de construção produzidos pelas indústrias eram vendidos para o varejo e um terço para as construtoras. Hoje essas proporções são de 60% e 40%, respectivamente", diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, Walter Cover. Ele enfatiza que o forte incremento da demanda por materiais de construção para cumprir programa habitacional do governo também contribuiu para a mudança de perfil do setor.

"Crédito farto e juros em queda provocaram essa mudança entre a formalidade e a informalidade na construção", afirma Roberto Gerab, diretor da construtota Kallas. Nos últimos tempos a empresa, que atua do mercado de imóveis superluxuosos e moradias do Minha Casa, Minha Vida, registra um ritmo de vendas de apartamentos de dois dormitórios, no valor de até R$ 350 mil, que é o dobro ou o triplo dos imóveis mais caros.

Na Tenda, braço da Gafisa para o segmento popular, a diretora Daniela Ferrari diz que não tem informações se quem está comprando casa antes morava com muitas pessoas da família. "Não questionamos se teve moradia de coabitação." Mas ela diz que a expansão do crédito e a aceleração do subsídio dado pelo programa habitacional do governo impulsionaram as vendas de imóveis populares. "Eles percebem que na autoconstrução não usufruiriam do desconto dado pelo Minha Casa, Minha Vida."

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Você já pensou em instalar portas blindadas em casa?

A ideia de instalar portas blindadas em casa pode assustar muitas pessoas, mas essa é uma tecnologia disponível no mercado e que pode ser usada para complementar os sistemas de segurança residenciais tradicionais como câmeras de monitoramento e cercas elétricas. Portas e janelas deste tipo fazem parte dos equipamentos que os profissionais de segurança classificam como barreiras mecânicas capazes de retardar e impedir a invasão da casa.

Esta é justamente a intenção de quem adquire este tipo de equipamento, ao contrário do que o termo blindagem pode sugerir. "Apesar do termo 'blindada', essas portas são utilizadas exatamente para impedir intrusão e arrombamentos. Os consumidores, ao adquirir uma porta blindada, não estão de fato preocupados em levar tiros pela porta", afirma Cristiano Vargas, diretor da VAULT, empresa especializada em blindagem arquitetônica e sistemas integrados de segurança. De acordo com Cristiano Vargas, para abrir à força uma porta com estrutura blindada seriam necessárias aproximadamente seis horas de trabalho com ferramentas e muito barulho. "Temos caso de um cliente que os ladrões, após algum tempo, desistiram de tentar arrombar a porta blindada e partiram para tentar abrir um buraco na parede", comenta.

Existem diferentes graus de blindagem e, ao contrário dos veículos, não é possível mandar blindar a porta que você já tem em casa, é necessário adquirir um modelo totalmente fabricado por empresas certificadas pelo exército brasileiro. Segundo Guto Pinesi, diretor da empresa InovaGlass, que atua na área de blindagem, o modelo mais vendido no estado de São Paulo é o IIIA, que apresenta o mesmo grau de proteção balística que as blindagens aplicadas em automóveis.

As portas blindadas são feitas inteiramente de aço balístico certificado e em tamanho padrão. Guto Pinesi explica que batentes e fechadura estão incluídos no pacote quando se adquire uma porta deste tipo, ainda mais porque eles precisam seguir as especificações para suportar a blindagem. O equipamento é todo customizado e pode ser feito sob medida seguindo as necessidades e o projeto da residência. Esteticamente, não há diferença em relação às portas comuns, pois as blindadas podem ser feitas com diversos tipos de acabamentos e modelos, como pivotantes, camarão, de correr ou de vidro.

Para o arquiteto e urbanista Valter Caldana, coordenador do curso de arquitetura e urbanismo da Universidade Mackenzie, o uso de portas blindadas aumentou muito nos últimos anos, mas costuma estar ligado a projetos que incluem cômodos especiais para situações de emergência ou para se guardar valores e documentos e nem tanto a instalação nos locais de entrada da residência.

O professor salienta que o custo-benefício deste equipamento é mais vantajoso para quem mora em apartamentos, onde as portas que dão acesso a áreas comuns são geralmente uma ou duas, do que para casas. Além disso, ele ressalta que sem o treinamento e comportamento adequado dos usuários, qualquer equipamento de segurança tem sua funcionalidade comprometida.

As fechaduras das portas blindadas costumam ter a partir de quatro pinos, mas é possível optar por modelos com oito ou mais, por exemplo, ou até por portas que apresentam pinos nos quatros lados que ficam em contato com o batente. "As fechaduras possuem travamento multidirecional, ou seja, ao girar uma única chave a porta é trancada em todas as direções simultaneamente", esclarece Cristiano Vargas.

Guto Pinesi afirma que esse tipo de porta também pode ser integrado com fechaduras digitais que utilizam cartão ou leitura biométrica para abertura e travamento. Também é possível encontrar no mercado chaves com tecnologia que impede a fabricação de cópias. O custo dessas portas no mercado varia entre R$ 4 mil e R$ 25 mil, de acordo com o tipo de blindagem escolhido.

Na próxima página, saiba mais sobre como saber se você está comprando uma porta blindada de qualidade.

As portas blindadas devem ser fabricadas seguindo as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, que garantem que a blindagem gere os resultados que promete em relação à resistência da porta. As empresas que fabricam e comercializam esses equipamentos precisam ser autorizadas e ter seus produtos testados e aprovados pelo exército brasileiro.

Apesar de disponíveis no mercado, as janelas blindadas não tem norma de padronização. O mesmo acontece com fechaduras conhecidas como antiarrombamento, que não tem normas de fabricação no Brasil, por isso, o risco ao comprar esses produtos é maior.

Para checar se a empresa de quem você pretende comprar uma porta blindada é certificada, basta fazer uma consulta à Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC), órgão vinculado ao exército. Antes de efetuar a compra, o consumidor precisa solicitar das empresas três certificados. O primeiro deles é o Título de Registro (TR), que é a autorização para fabricar e comercializar as portas blindadas. Os outros são o Relatório Técnico Experimental (RETEX) e Resultado da Avaliação Técnica (RAT) que indica que o produto foi testado e aprovado pelo exército.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Vai financiar um imóvel? Conheça cinco dicas estratégicas

Se você está pensando em adquirir um imóvel, já deve ter se questionado: qual a melhor maneira de me programar financeiramente para realizar esta compra? Certamente, uma das suas primeiras opções será recorrer ao crédito habitacional.

Nos últimos anos, o financiamento imobiliário se tornou uma das principais formas para aquisição da casa própria e esse procedimento ainda gera muitas dúvidas. Por isso, hoje vamos conhecer cinco dicas importantes que devem ser levadas em consideração na hora do financiamento.

O objetivo desse post não é falar qual é o melhor agente financeiro ou quais são as melhores taxas de juros, pois isso dependerá muito do perfil de cada comprador: renda, percentual a ser financiado e valor do imóvel.

As dicas a seguir podem ser utilizadas por você na hora de escolher o financiamento mais seguro e adequado às suas expectativas.

1 – Planejamento é a palavra-chave

A compra de um imóvel é sempre um momento de muito entusiasmo e alegria. Contudo esse procedimento requer muita atenção e planejamento. Não deixe a emoção falar mais do que a razão.

Primeiramente, busque por um imóvel que seja compatível com a sua renda. Às vezes, na hora da emoção não somos capazes de mensurar os reais benefícios e contrapartidas de um financiamento imobiliário. Por isso, planeje-se muito bem antes de fechar um contrato.

Hoje, já existem vários agentes financeiros que realizam esse tipo de serviço e que trabalham com variadas taxas de juros. Pesquise em diferentes instituições e identifique aquela que melhor atende àssuas necessidades e ao perfil do imóvel que você deseja.

Compare as condições de financiamento, as taxas de juros, os prazos, tempo de aprovação, entre outros fatores. Não aja por impulso.

As linhas de crédito se diferenciam de acordo com o valor do imóvel, com a quantidade de parcelas, com o valor da entrada, entre outros fatores. Sendo assim, tenha bem definido o tipo de empreendimento que você almeja e como está o seu orçamento.

2 – Simuladores de crédito auxiliam na projeção da compra

Definir qual tipo de financiamento não é uma tarefa muito fácil. Mas já existem instituições que disponibilizam simuladores de crédito em seus sites que auxiliam na projeção da compra.

Ainda no momento de pesquisa, faça a simulação do seu financiamento. Teste as linhas de crédito disponíveis em diferentes bancos. Simule a projeção das prestações, quanto você precisará comprovar de renda para aprovar o valor que está sendo pleiteado no empréstimo, entre outras possibilidades oferecidas pelos simuladores.

3 – Convênios podem facilitar na hora do financiamento

Algumas instituições financeiras estabelecem convênios com empresas públicas e privadas. Antes de escolher em qual instituição você realizará o financiamento, verifique se o local onde você trabalha possui algum tipo de parceria com agentes de crédito que realizam o financiamento habitacional.

Esses convênios possibilitam condições diferenciadas de negociação, como juros mais baixos ou prazos maiores, por exemplo. Informe-se e aproveite as vantagens que um convênio pode oferecer.

4 – Otimize seu tempo separando a documentação necessária

A documentação para financiar um imóvel pode ser providenciada antes mesmo de ir ao banco. Mesmo que alguns documentos possam ser solicitados de acordo com cada instituição financeira, de uma forma geral, há várias exigências em comum.

Pesquise quais são esses documentos básicos necessários para tê-los sempre em mãos. Essa atitude pode otimizar o seu tempo agilizando a liberação do financiamento.

5 – O financiamento não deve comprometer mais de 30% do orçamento

Depois de escolhida a linha de crédito e instituição financeira mais adequada para o seu perfil de compra é hora de ficar atento ao valor do financiamento. O empréstimo não deve comprometer mais de 30% do seu orçamento.

A aquisição de um imóvel é um comprometimento em longo prazo. Se o imóvel financiado ainda estiver na planta, devem-se levar em consideração os custos com a moradia atual, como gastos com o aluguel, por exemplo.

Uma análise cuidadosa do orçamento pessoal e familiar é fundamental. É importante identificar quanto da sua renda poderá ser comprometida durante o prazo do financiamento.

Estar atento as essas dicas é primordial para que o seu sonho não se torne uma frustração. Lembre-se que o próprio imóvel torna-se a garantia do seu financiamento.

Portanto, planeje-se bem para não correr o risco de ter que vender o seu imóvel para quitar o valor do empréstimo ou até mesmo ter o nome negativado perante os serviços de proteção ao crédito.

A compra de um imóvel significa um momento de grande felicidade e não deve representar uma alegria temporária. Buscar colocar essas cinco dicas em prática será uma grande contribuição para que esse momento tão especial se torne um processo duradouro e seguro.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Cerca de 70% dos contratos para habitação popular não são realizados

Fonte: Agência Investimentos e Notícias

Uma auditoria realizada pela Controladoria Geral da União (CGU) revelou que sete em cada dez contratos fechados no setor de habitação pela Secretaria Nacional de Habitação (SNH) do Ministério das Cidades, envolvendo o repasse de recursos da União para Estados e municípios, não são realizados. O levantamento foi realizado nos contratos assinados entre 2004 e abril de 2011, que fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e se referem especificamente a casas e melhorias em favelas e conjuntos habitacionais, mas não contemplam o programa Minha Casa, Minha Vida. De acordo com a pesquisa até o quarto mês do ano passado, cerca de 74% dos 4.243 contratos que existiam na carteira da SNH, que somam cerca de R$ 12,5 bilhões em investimentos, não haviam sido concretizados.

De acordo com Sérgio Guimarães Pereira Júnior, especialista em urbanização e diretor da Vallor Urbano o País necessita de uma verdadeira política habitacional, e não de planos isolados, gerenciados por um banco. Sérgio ainda destaca que a totalidade dos casos se refere a iniciativas do poder público, tanto nas esferas municipal e estadual, conveniadas com a União. “É mais do que urgente a atuação das diversas esferas de governo como agentes de fomento e promotores, nunca executores”, comenta. Para o especialista essa situação evidencia que o poder público não pensa em criar incentivos aos programas de novos bairros urbanizados, que contribuiriam significativamente para a resolução dos problemas habitacionais brasileiros.