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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Para evitar encalhe, outlet dará desconto de R$ 1 milhão em imóveis nesta Black Friday

Para evitar encalhe, outlet dará desconto de R$ 1 milhão em imóveis nesta Black Friday
 
O ano de 2014 não foi fácil para o mercado imobiliário brasileiro. Além de eventos que derrubaram as vendas ao longo do ano, como a Copa do Mundo e a eleição presidencial, os preços se mantiveram altos, com variações negativas ainda tímidas diante da valorização dos últimos anos. 
 
Segundo a última edição do Índice FipeZap, o preço de imóveis de 20 cidades brasileiras avançou 5,9% neste ano, chegando a R$ 7.482 por metro quadrado em outubro, em média. No mesmo mês de 2013, o metro quadrado custava R$ 7.143. 
 
Mas, a chegada da Black Friday parece ter animado o setor, que pretende usar a data para "desencalhar" os lançamentos ainda sem dono. Essa é o objetivo da outlet de imóveis novos RealtON, que irá disponibilizar aos consumidores descontos de até R$ 1 milhão em imóveis residenciais e comerciais na próxima sexta-feira (28). 
 
"Por se tratar da última data do ano que permite uma ação grande de vendas, muitos incorporadores prometem descontos extremamente agressivos, que ultrapassam o milhão de reais", descreveu o outlet em nota, prometendo promoções de até 60% do preço original em apartamentos compactos, apartamentos prontos e em empreendimentos de alto padrão. A promoção inicia na sexta-feira e se estende durante todo o final de semana.
 
Esse é o segundo Black Friday que a RealtON participa. No evento do ano passado, foram comercializados 65 apartamentos. O outlet da RealtON oferece, por exemplo, apartamento de 57 metros quadrados no Bom Retiro, com lazer completo, por R$ 365 mil, imóvel de 68 m² no Campo Belo por R$ 530 mil, e uma cobertura no Panamby, com mais de 600 m², cujo desconto é de R$ 1,2 milhão.
 
Outras imobiliárias também oferecem descontos neste mês de Black Friday. O portal imobiliário "Viva Real" reúne 12 incorporadoras que oferecem 207 empreendimentos espalhados pelo Brasil com descontos que variam entre 5% e 30%. A imobiliária Provenda também aderiu ao "Black Friday Imobiliário" e oferecerá descontos de até R$ 250 mil em imóveis residenciais e comerciais, novos e usados, em diversos bairros da cidade de Goiânia.
 
Sem 'Black Fraude'
 
Apesar das ofertas parecerem imperdíveis, antes de adquirir o imóvel é preciso estar atento para evitar dor de cabeça. Segundo o executivo da RealtON, Rogério Santos, o primeiro passo é checar a credibilidade da incorporadora ou do vendedor, buscando informações na internet, por exemplo. "O site do Procon disponibiliza uma lista de empresas que se deve evitar, veja também alguma rede social onde clientes podem dar seu depoimento a respeito do vendedor."
 
Verifique também as entrelinhas da promoção, número de vagas no estacionamento, estado do imóvel e, se estiver pronto, procure visitá-lo e até, se possível, conversar com algum proprietário. Para não cair no falso desconto, veja o preço histórico anterior do imóvel.
 
Outra dica é prestar muita atenção ao contrato. "A compra do imóvel é para sempre, portanto leia e releia o contrato. Se tiver dúvidas, não tenha receio de questionar e pedir explicações, peça alteração de algum item que lhe incomodar. Ao assinar, é preciso sentir-se totalmente confortável com a compra", finaliza o executivo.  
 
Fonte: Luisa Belloni Veronesi, Infomoney

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Único Estado sem shopping, Roraima inaugura primeiro centro comercial

Único Estado brasileiro que não tinha um shopping center até esta semana, Roraima inaugura nesta terça (25) e quinta-feira (27) seus dois primeiros empreendimentos, na capital Boa Vista.

Com 314 mil habitantes, a cidade é a segunda capital menos populosa do país, atrás apenas de Palmas (TO), onde há 265 mil pessoas e dois shoppings. Teresina (PI), Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC) possuem um empreendimento cada.
 
Somados, o Pátio Roraima Shopping, que abre suas portas nesta terça, e o Roraima Garden Shopping, com inauguração prevista para quinta, consumiram cerca de R$ 455 milhões, com lojas de departamento, supermercados e nove salas de cinema. O investimento é praticamente todo do Sudeste do país.
 
"A população está sedenta por um empreendimento desses. O shopping mais perto daqui fica em Manaus, a mais de 700 km de distância", diz Jacqueline Lopes, superintendente do Roraima Garden, construído pela mineira Tenco Shopping Centers. "Em uma cidade tão quente, haverá a opção de um ambiente com ar condicionado full time e segurança."
 
Jacqueline estima o custo total em R$ 300 milhões, metade deles bancado por lojistas e grandes marcas de departamento, além de financiamento de R$ 80 milhões do Banco da Amazônia. O Roraima Garden terá 168 lojas, cinco âncoras (lojas principais), quatro salas de cinema e um supermercado, num total de 42,6 mil metros quadrados de área construída e 26 mil metros quadrados de ABL (Área Bruta Locável).
 
Já o Pátio Roraima, orçado em R$ 155 milhões, abrigará 191 lojas em 26 mil metros quadrados de ABL e 42 mil metros quadrados de área construída. Além de seis âncoras, contará com cinco salas de cinema e, a partir do ano que vem, um hotel. O investimento é da carioca Saphyr Shoppingns Centers.
 
Oportunidade
 
"Nos últimos anos houve um boom de abertura de shoppings. Boa Vista alcançou 300 mil habitantes e atingiu uma enorme força econômica. Há um comércio pulverizado na cidade, e vimos uma oportunidade que justifica o investimento", diz Fabiano Guerra, superintendente do Pátio Roraima.
 
Com os dois novos empreendimentos, Boa Vista passará das atuais seis para 15 salas de cinema. As únicas disponíveis até então ficavam no Cine Super K, estabelecimento no centro da cidade, com mais de 30 anos de funcionamento, salas com tecnologia 3D e a mesma programação de filmes dos grandes centros do país.
 
"Os hábitos de consumo da população da cidade vão mudar e será um desafio para os cinemas concorrentes. Mas há espaço para todos e quem sai ganhando é a população", diz Guerra.

Também nesta semana, Manaus ganhará dois novos shoppings: Via Norte e Sumaúma Park- e fechará o ano com dez centros comerciais, além da previsão de pelo menos mais um empreendimento em 2015.
 
Dos 515 shoppings do país, 284 estão no Sudeste, 88 no Sul, 72 no Nordeste, 46 no Centro-Oeste e 25 no Norte.
 
Fonte: Folhapress

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Prédio símbolo de Dubai é o único hotel 7 estrelas do mundo

 
O Burj Al-Arab é considerado o hotel mais luxuoso do mundo e não é por menos. Afinal, é o único hotel existente que possui sete estrelas, porém tudo tem o seu preço. Para conhecer o suntuoso hall do hotel é necessário desembolsar 'apenas' US$ 75,00 ou R$ 191,00. Durante alguns anos o prédio em formato de vela que virou símbolo da riqueza de Dubai foi o hotel mais alto do mundo. Porém, em abril de 2008 o Hotel Rose Tower, também em Dubai, ultrapassou o seu concorrente em 13 metros.
 
Ele começou a ser construído em 1994 e concluído em 1999, porém antes de serem iniciadas as fundações do gigantesco prédio, precisou ser construída a ilha onde ficaria. Ele foi construído sobre uma ilha artificial criada com areia que demorou quase dois anos para ser concluída. Apenas, após a conclusão dela que o hotel pode começar a ser construído.
 
A ideia dos arquitetos era que o prédio virasse o símbolo de uma Dubai moderna, mas que não esquecesse o seu passado. Realmente, o prédio em formato de vela virou símbolo de uma nação rica e desenvolvida e ainda homenageou a história da região. O prédio é no formato de uma vela de dhow, um tradicional barco da região. Na época, a construção custou mais de US$ 650 milhões, em valores atuais, seriam mais de US$ 1 bilhão!
 
 
O hotel que possui 202 suítes não se destaca apenas por ter um hall feito com folhas de ouro, ele ainda possui sete restaurantes, spa, health Center, heliporto, jardins de golfe, várias piscinas, clube destinado apenas para crianças e uma praia privada. As menores suítes são maiores que muitos apartamentos atuais medindo 52m².
 
Mas o que realmente distingue o hotel sete estrelas dos seus pares são as suítes. Todas são duplex, as mais modestas possuem jacuzzi e sala de estar, entre outras facilidades mais 'normais'. Depois, ainda tem um mundo à parte que corresponde ao 25º andar. Este piso é ocupado pelas duas suítes Imperiais que deixaria muito imperador de boca aberta.
 
Suítes Imperiais 
 
 
Após reservar a sua hospedagem na suíte imperial, você terá que passar a hora em que chegará ao aeroporto. Mas para que isso? Haverá um Rolls Royce Phantom com chauffeur para lhe levar ao hotel. Não quer pegar trânsito? Você também poderá optar por um helicóptero. Simples, né? Ao chegar no edifício de mais de 300 metros terá um elevador privativo que lhe deixará num mundo dos sonhos com 670 metros quadrados de puro luxo e ostentação.
 
No 1º andar da suíte fica o hall, a sala de jantar, cozinha, biblioteca e escritório. Já no 2º andar, o qual o acesso só é feito através de uma escadaria de mármore com detalhes em ouro fica o quarto com uma cama King size rotativa e um banheiro todo em mármore. O luxo é tanto que dentro do banheiro possui um mini spa, ducha, jacuzzi, além de produtos de marcas famosas.
 
Após uma viagem longa sempre é bom um banho relaxante e que tal após o banho se enxugar em toalhas aquecidas? Estas suítes disponibilizam toalhas 'quentinhas' para os seus 'imperadores'.
Após tomar o banho dos sonhos, chegou a hora de contemplar a suíte. O piso todo feito em mármore de carrara é parcialmente coberto por tapetes orientais e os mimos não acabam por ai. Tem até notebook e seis telefones sem fio a disposição dos hóspedes. Haja orelha para falar tanto! Após conhecer a super suíte, chegou a hora de aproveitar a praia particular, onde poderá encontrar atores e atrizes de Hollywood que frequentam o local ou apenas grandes empresários.
 
Ok, mas qual o preço deste luxo? Por apenas US$ 9 mil a diária, você poderá passar a noite nesta suíte! Já para os que não são tão exigentes e aceitam uma suíte mais simples, o valor caí mais da metade. Por cerca de US$ 3,5 mil você poderá se hospedar nas suítes mais simples.
Achou caro? Não se assuste, outros hotéis possuem diárias muito mais caras que esta. A Bridge Suite do hotel Atlantis, nas Bahamas custa cerca de US$ 25 mil por dia.
 
Dubai 
 
 
Com cerca de 2,2 milhões de habitantes, a cidade está localizada no meio do deserto da Arábia e é um exemplo de cidade planejada que foi se modernizando com o tempo, mas sem abrir mão do seu planejamento. Ela faz parte de um conjunto de sete Cidades-Estados que formam os Emirados Árabes Unidos (EAU), sendo elas Abu Dhabi, Sharjah, Ajman, Umm al-Quwain, Ras al-Khaimah, Fujairah e Dubai.
 
Dubai parece que foi construída para os turistas, pois o que não faltam são locais para diversão. Por lá, fica o maior shopping dos Emirados Árabes Unidos, o maior prédio do mundo (a Burj Dubai), um conjunto de ilhas artificiais em formato de palmeiras, as "Palm Islands", além de ter um campo de golfe coberto e totalmente refrigerado. Já aos que gostam de grifes internacionais de luxo irão amar Dubai! A lojas de marcas famosas brotam do chão como areia no deserto. Naturalmente, o preço também é salgado.  
 
 
A Embaixada brasileira dos Emirados Árabes Unidos fica na cidade de Abu Dhabi, localizada cerca de 150km de distância de Dubai. Já quem preferir ligar, o telefone é 9712-632-0606. Vale lembrar que o código de área interno de Abu Dhabi é 04.
 
Serviço
Site Oficial de Dubai: www.dm.gov.ae
Site do hotel: www.burjalarab.com
Idiomas: O árabe é o oficial, porém o inglês é falado normalmente pela cidade
Moeda: Dirham (aceitam o Dólar também)
Aeroportos com voo (direto) para Dubai: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife e Belo Horizonte

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Ponto comercial interfere no sucesso do negócio

A escolha do lugar certo permite que todos os esforços aplicados na administração correta do negócio surtam efeito. Faz também com que o seu esforço para atrair clientes seja menor. Muitas vezes não basta apenas o "feeling" para encontrar o lugar ideal. Pesquisa e planejamento podem ser grandes aliados para uma expansão geográfica com êxito.

Veja os prós e contras do espaço escolhido

Há diversos modelos de ponto comercial e você deve optar por aquele que tenha sinergia com seu produto ou serviço.

Existem os pontos que estão localizados em áreas externas, como o modelo "stand – alone", que é a loja de rua tradicional. Ela fica sozinha, mas com uma infraestrutura diferenciada. Há o "built to suit", cuja arquitetura é idealizada pensando em servir; o "strip center", que fica em pequenos centros comerciais a céu aberto; e o "in line", que segue a fachada dos prédios.

Caso seu negócio atraia mais clientes se estiver em um espaço fechado, você pode optar por um ponto comercial localizado em uma galeria comercial, que funciona como shoppings de pequeno porte, já possui um número reduzido de lojas.

Os shoppings centers são uma opção para quem prefere ambientes localizados em áreas internas e com um maior número de lojas. Ao optar entre um ponto localizado em um shopping ou na rua, o empreendedor deve ter em mente que esses modelos de pontos comerciais oferecem seus prós e contras.

Por exemplo, em um shopping, a compra é principalmente planejada e o empreendimento oferece segurança e conforto para o consumidor, além de possuir capacidade de polarizar a demanda da região. Em contrapartida, seu custo de ocupação é mais alto comparado à maior parte dos aluguéis de lojas de rua.

Loja de rua tem área de influência menor, mas conta com a conveniência

Já no modelo de ponto comercial localizado em ruas, o consumidor compra principalmente por conveniência. A visibilidade fica mais restrita ao bairro, com uma área de influência menor. Por isso, o fluxo depende muito da habilidade e do relacionamento do lojista.

Em suma, a escolha certeira de um ponto comercial é uma somatória de fatores pré-estudados, como a demografia da região, a demanda do mercado, o público-alvo do seu negócio, a concorrência e fatores urbanos que possam impactar no seu volume de vendas.

Como tirar as melhores fotos de um imóvel?

 
As imagens são uma peça-chave clave na hora de introduzir um imóvel no mercado, seja para vender ou alugar. As fotos postadas nos portais de imóveis podem ser o fator determinante na hora de decidir por contatar o proprietário ou não. Para tirar o melhor proveito de cada foto, aconselhamos: 
  • Antes de tirar as fotos deve-se pensar em um percurso fotográfico, ou seja, por onde começar e quais partes do imóvel é importante mostrar. Por exemplo, por mais que se trate de um apartamento, quem busca um novo lar também levará em conta o estado do edifício desde fora e como é a entrada. Em seguida, é bom decidir quais ambientes serão fotografados e em que ordem.
  • Conhecer as condições de iluminação. Dependendo da época do ano, a luz entra em cada ambiente de uma maneira diferente e é necessário aproveitar a luz natural para tirar boas fotos e destacar os ambientes mais bem iluminados.
  • Evitar o efeito contra-luz. Não deve-se tirar uma foto de frente para a janela, o melhor é se posicionar de costas para a entrada de luz, de forma a iluminar o seu ambiente e não “estourar” a sua foto.
Caso você tire de frente para a janela, o resultado pode ser esse:

 
Aproveitando a luz da janela ficaria assim: 
 

  • Escolher enquadramentos amplos. Pode haver exceções, mas é aconselhável mostrar a amplitude de um ambiente em um única foto.
  • Levar em consideração as diferentes perspectivas para uma tomada. Aconselha-se colocar a câmera a uma altura média porque caso se tire a foto de baixo para cima as coisas parecerão maiores, do mesmo modo que ao tirar as fotos de cima para baixo tudo parecerá menor.  A altura ideal é a de 1,20m do chão.
  • Organizar os ambientes antes de tirar a foto. Pode parecer óbvio, mas nem todos o fazem.
  • Concentrar-se nos detalhes mais bonitos do lugar: móveis, louça, algum acabamento especial, ambientes chamativos.
  • Se existem muito espelhos, evitar que o fotógrafo apareça neles.
  • Não esquecer que as fotos são uma vista parcial das coisas, por tanto é preciso buscar ressaltar os aspectos positivos, mas sempre sendo fiel a realidade.
  • Se uma foto não sair boa, é melhor não publicá-la.
Fonte: Properati www.properati.com.br / Fotógrafo Matías Repetto Bonpland

Propriedades no exterior ainda animam brasileiros

O momento das pechinchas pode ter passado, mas o chão ficou mais firme no mercado imobiliário internacional. Embora os preços já tenham subido bastante, especialmente nos Estados Unidos, a demanda continua a se acelerar com a melhoria das condições econômicas no exterior. E o mercado americano já não está mais sozinho na preferência dos brasileiros. Portugal e Espanha entraram no radar de investidores. Imobiliárias e consultorias especializadas em assessorar quem deseja adquirir propriedades fora do Brasil asseguram haver ainda espaço para valorizações de dois dígitos anuais em unidades residenciais nos próximos três anos, tanto em solo americano quanto europeu.

Dados da Florida Realtors, associação dos corretores imobiliários do Estado americano, mostram que o preço médio dos imóveis na região de Miami, embora tenha subido cerca de 30% desde o ponto mais baixo pós-crise de 2008, no fim de 2011, ainda está nos níveis de meados de 2002 e início de 2003. Ou seja, a janela de oportunidades ainda está aberta.
 
Apesar de ter parado de crescer, o ritmo de compra dos brasileiros se mantém forte na Flórida, em especial em Miami e Orlando. Segundo a Miami Realtors, associação dos corretores de imóveis do condado, os investidores daqui aparecem em segundo lugar entre os maiores consumidores estrangeiros de imóveis, com participação de 11%, mesma fatia de 2013, ao lado de argentinos. Em termos de valores, os cliente nacionais superam os demais compradores internacionais. Os brasileiros pagaram, em média, US$ 494,5 mil por propriedade em Miami neste ano, ante US$ 444 mil de todos os compradores de fora dos EUA.

Conforme Michel de Amorim, sócio da consultoria Drummond, com escritórios em Boston, Miami e Nova York, há uma grande procura de brasileiros por imóveis na faixa de US$ 500 mil a US$ 1,5 milhão na região de Miami. Para o especialista, embora muitos clientes demonstrem interesse em morar nos EUA, o foco principal ainda está no investimento. "Tem crescido, por exemplo, o interesse por imóveis comerciais, com objetivo de gerar renda em dólar. A demanda que temos recebido está direcionada para uma diversificação dos investimentos", afirma.

O cenário atual em Miami, um dos principais mercados no exterior para clientes brasileiros, no entanto, exige uma boa dose de pesquisa e seleção das oportunidades. "Existe chance de valorização, mas não em todos os projetos nem em todas as regiões. Em Miami há projetos nos quais o preço do m2 já está muito puxado", diz Cássio Faccin, sócio da consultoria Faccin Investments, sediada na Flórida, especializada em atender brasileiros interessados em investir nos EUA.

Segundo o especialista, o potencial de ganho com propriedades residenciais na cidade americana alcança entre 30% e 40% em três anos, conforme o empreendimento e a região. Entre os bairros com maior possibilidade de bons negócios hoje, Faccin cita Sunny Isles, Brickell e Miami Design Distric. "São as regiões que possuem os melhores projetos e onde há obras do governo e de fundos privados para renovação de infraestrutura."

Levantamento da Florida Realtors de setembro último, no entanto, mostra que os brasileiros têm preferido comprar imóveis em Orlando. A cidade dos parques de diversões, como os da Disney e de estúdios de cinema, atraiu 25% dos investimentos de clientes daqui em 2014. Miami aparece em terceiro lugar, com 14%, atrás dos 17% de Fort Lauderdale. Uma explicação é a maior atratividade dos preços na cidade líder em relação a Miami.

"Em Orlando, um apartamento de 140 m2 custa cerca de US$ 200 mil", diz Faccin. Com a cotação do dólar de ontem, o m2 sairia por R$ 3,6 mil. Além do preço menor que o de grandes cidades brasileiras, Orlando atrai compradores interessados em obter renda com a demanda por aluguel de temporada, acrescenta o consultor.

Para Renata Sirpo, diretora internacional da imobiliária Coelho da Fonseca, quem busca renda de aluguel deve considerar Orlando. "A cidade tem um potencial de locação muito acima da média de outras regiões." Renata explica que, enquanto áreas como Miami tem um potencial de ocupação para temporada de 50% sobre a quantidade de imóveis residenciais, Orlando tem uma demanda por aluguel turístico de 75%, com pico de 90% na alta temporada.

O professor William Eid Jr, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV (GV-CEF), lembra os investidores que o câmbio não deve ser ignorado na hora de avaliar o investimento em imóveis no exterior. "Hoje a tendência é de desvalorização do real ante o dólar e existe a possibilidade de se ganhar com isso", diz. Mas, avalia o especialista, no longo prazo a variação da moeda pode trazer surpresas nem sempre agradáveis, em especial para aqueles que entraram no negócio no momento de maior apreciação do dólar.

Eid Jr vê oportunidades no mercado internacional, em especial nos países que sofreram mais com a crise europeia a partir de 2010, como Portugal e Espanha. "À parte questões cambiais, no longo prazo esse investimento tende a se valorizar. Esses países estão começando a sair de uma crise, então os preços dos imóveis estão atrativos", diz.

Para Marcella Freire, sócia da Quadratta Realty, que presta assessoria para brasileiros interessados em comprar imóveis na Europa, os mercados mais promissores naquele continente são os de Portugal e Espanha. "Nos dois países, há potencial de valorização dos imóveis de até 90% em dois anos", diz.

Dono de uma empresa de TI em São Paulo, o empresário Fábio (nome fictício), 41 anos, já adquiriu dois apartamentos em Lisboa, capital portuguesa. O primeiro, de 60 m2, foi comprado em 2008. A aquisição do segundo, de 50 m2, ocorreu neste ano. Fábio diz que em ambos os casos seu objetivo foi de diversificar suas aplicações. "Vi uma oportunidade porque o mercado de aluguéis em Lisboa começou a crescer com o aumento das taxas de financiamento."

O empresário afirma que conseguiu financiar parte dos valores, 60% de cada imóvel, por meio de empréstimos de bancos locais. "As taxas subiram muito em alguns anos. Em 2008, consegui um crédito com juros de 0,3% ao ano mais a variação da Libor. Neste ano, a taxa foi de 3,5% mais a Libor", conta.

Apesar de alta para os padrões europeus, taxas entre 3,5% e 4% são menos da metade das praticadas no Brasil, lembra Marcella, da Quadratta. Tanto que, conforme relata o empresário, o rendimento dos aluguéis obtidos com os apartamentos em Lisboa hoje é suficiente para cobrir as parcelas "e ainda sobra um pouco para amortizar a dívida principal".

Pela experiência do advogado Rafael Pistono, do escritório Vinhas e Redenschi, que trabalha junto com a Quadratta, os brasileiro têm portas abertas para obter crédito tanto em Portugal como na Espanha. "A gente tem conseguido taxas em torno de 4% ao ano e uma média de financiamento de 60% a 70% do imóvel investido", diz. Segundo ele, a garantia solicitada é a hipoteca, em que o próprio imóvel serve como proteção ao contrato, semelhante ao sistema de alienação fiduciária usado no Brasil.

A plataforma de consultoria para a compra de propriedades no mercado europeu, capitaneada pela Quadratta e pelo Vinhas e Redenschi, foi lançada há seis meses e, nesse período, apresentou aumento de 60% em volume de consultas. "Nos unimos na plataforma porque a demanda por informações sobre o assunto cresceu a partir da queda dr preços na Europa e da supervalorização aqui no Brasil em especial em São Paulo e Rio", afirma Pistono. O grupo conta ainda com a estrutura do banco BBM, com foco no segmento private.

O interesse de brasileiros pelos mercados de Portugal e Espanha ganhou impulso com a ajuda dos governos. Lançado em outubro de 2012, o "golden visa" permite que cidadãos não europeus consigam visto permanente de residência em países como Portugal, Espanha, Chipre e Grécia. Nos dois primeiros, com investimento imobiliário a partir de € 500 mil, é possível obter a licença. A exigência cai para € 250 mil no caso da Grécia e para € 300 mil no Chipre.
 
Na avaliação de Marcella, da Quadratta, embora o visto tenha elevado o interesse dos brasileiros em investir em Portugal e Espanha, o maior atrativo ainda é o preço. "Na faixa abaixo dos € 500 mil há muita procura. Dá para comprar imóveis em regiões nobres com € 2 mil o m2 [cerca de R$ 6,3 mil na cotação do euro de ontem]", afirma.
 
Fonte: Valor Econômico

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Somente 29% dos prédios lançados este ano, no Rio, têm itens sustentáveis

Em 2010, apenas 8% dos 121 empreendimentos lançados na  cidade do Rio de Janeiro, tinham itens considerados sustentáveis. No ano passado, essa taxa chegou a 37%. Um crescimento e tanto em números absolutos, já que o número de lançamentos também cresceu: foram 161, em 2013. A má notícia é que pela primeira vez nos últimos cinco anos, esse percentual deve cair. Dos 65 empreendimentos que chegaram ao mercado no primeiro semestre, apenas 29% usaram itens sustentáveis, segundo levantamento feito pela Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ).
 
Não chega a ser uma queda significativa já que o número de empreendimentos também caiu muito este ano, defende Claudio Hermolin, vice-presidente da entidade, para quem a adesão das empresas à sustentabilidade vem crescendo paulatinamente. Embora ainda seja pequena, essa adesão das empresas já está bem maior do que há alguns anos. E não só nos itens que incluem nos empreendimentos, mas também na gestão da obra.
 
Segundo Hermolin, o principal entrave para que as construtoras invistam em itens sustentáveis é a falta de incentivos fiscais. O preço, mais caro, de muitos desses itens, também dificulta a adesão das empresas, já que ainda não é, segundo ele, economicamente viável repassar esses custos ao preço final que será pago pelo consumidor. Mas, admite, a demanda do mercado é o fator que mais empurra as empresas na busca por produtos que gerem economia.
 
Quando o mercado começou a fazer grandes condomínios-clube com áreas de lazer enormes, cheias de piscinas, quadras, jardins, a taxa de condomínio encareceu muito. E o consumidor passou a se preocupar com o custo que isso ia ter no seu orçamento. Então, foi preciso usar soluções, já na obra, para baratear esses custos, como a instalação de sistemas de coleta de água da chuva e reuso de águas cinzas, instalação de descargas com duplo fluxo e até mesmo os sensores de presença nas áreas comuns. O mercado consumidor já está mais preocupado com esses gastos, e isso vai fazer com que a adesão das empresas só aumente, avalia Hermolin.
 
Hoje, os números ainda são modestos. Entre as soluções mais comumente instaladas pelas construtoras estão os sensores de presença (66%); hidrômetros individuais (65%), que são obrigatórios em novos empreendimentos; sistema de captação de água da chuva (54%); e coleta seletiva de lixo (36%). Outras soluções são torneiras com fechamento automático (27%), descargas de duplo fluxo (22%), uso de madeira de reflorestamento (19%), lâmpadas de baixo consumo e alta durabilidade (10%). Apenas 3% dos empreendimentos com itens sustentáveis têm telhados verdes, e 1% investiu em sistema que capta energia solar para iluminação de áreas comuns.

Preços dos imóveis chegam ao 11° mês de desaceleração no país

O Índice FipeZap, que acompanha a variação do preço médio do metro quadrado dos imóveis em 20 cidades brasileiras, subiu 8,23% nos últimos 12 meses. É o 11° mês de desaceleração do índice. No ano, a alta acumulada é 5,88%. O valor ficou 0,75% acima do IPCA, índice que registra a inflação oficial do período, considerando a expectativa para outubro apurada pelo boletim Focus do Banco Central. Ou seja, embora venha desacelerando desde novembro do ano passado, quando registrou alta de 13,8% em 12 meses, o preço dos imóveis ainda apresenta pequeno aumento real neste ano no país.
 
Em oito das cidades monitoradas, contudo, os preços em 2014 já sobem menos do que a inflação: São Caetano do Sul (5%), Florianópolis e Recife (ambas com 4,6%), Porto Alegre (4,2%), Contagem (4%), Santos (3,3%), Curitiba (1,8%) e Brasília (-1%).
 
Em cinco dos dez meses do ano, incluindo outubro, o índice ficou abaixo do IPCA, o que reforça essa tendência de desaceleração que vemos desde o início do ano no curto prazo. Para o longo prazo, tudo vai depender da condução da política econômica do país. Se as previsões pessimistas de alguns analistas se confirmarem, com recessão e elevação de preços, essa desaceleração pode ficar mais acentuada, avalia o economista da Fipe, Bruno Oliva.
 
No mês, a variação do índice foi de 0,45%, contra 0,55% em setembro. Como a expectativa é que o IPCA feche o mês em 0,5%, o resultado representa uma queda de preços dos imóveis em termos reais. São Paulo e Rio de Janeiro, cidades que viveram aumentos expressivos nos últimos anos, desta vez se destacaram por registrarem a menor variação mensal desde o início da série histórica em 2008: 0,3% e 0,35%, respectivamente. Brasília (-0,02%), Florianópolis (-0,55%), Salvador (0,48%), Fortaleza (0,03%) e São Caetano do Sul (0,17%) também tiveram variação do preço médio do metro quadrado menor do que a variação esperada da inflação.
 
O Rio continua sendo a cidade com metro quadrado mais caro: R$ 10.830, seguida por São Paulo (R$ 8.301). Já em relação aos aluguéis, houve queda na variação mensal em ambas as cidades. No Rio, a queda dos preços do metro quadrado para locação chegou a 1,7%. E, em São Paulo, a 0,07%. No acumulado do ano, contudo, o aluguel ainda mantém ligeira alta: 4,5%, no Rio, e 1,2%, em São Paulo. Considerando os últimos doze meses, a alta chega a 5,66% no Rio, e a 3%, em São Paulo.

domingo, 9 de novembro de 2014

Medida implanta “Renavam” do imóvel

 
Está em vigor desde o último dia 7 a Medida Provisória nº 656/2014 que, entre outros temas, trata da burocracia para a compra de imóveis ao instituir o princípio da concentração de matrícula. Com ela, todas as informações referentes à propriedade do bem estarão centralizadas em um único documento – o registro de imóveis –, trazendo mais agilidade e segurança aos negócios imobiliários. A medida integra o pacote de estímulo ao crédito anunciado pelo governo federal em agosto.
 
Com a mudança, todas as ações que ingressarem em juízo podem ser averbadas na matrícula do imóvel, garantindo sua execução, como explica João Pedro Lamana Paiva, vice-presidente do Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (Irib) e registrador de imóveis da 1.ª zona de Porto Alegre. “As ações anteriores ao dia 7 terão um prazo de dois anos para serem registradas”, acrescenta. Por isso, a orientação dos especialistas é a de que até o encerramento deste prazo os compradores continuem retirando todas as certidões habituais para prevenir possíveis problemas.
 
Segurança
 
Um dos principais benefícios da MP é a garantia dada ao comprador nas transações imobiliárias. Isso ocorre porque, a partir do momento em que ele retirar a certidão atualizada e verificar que não há nenhuma ação contra seu proprietário averbada, terá a segurança de que o imóvel não será requerido por demandas judiciais originadas antes da compra. “Este também vai ser um benefício para o sistema bancário, que faz empréstimos com garantia imobiliária e pode se deparar com a mesma situação”, acrescenta Francisco José Barbosa Nobre, registrador imobiliário.
 
O tabelião Angelo Volpi Neto, coordenador da pós-graduação em Direito Imobiliário da Unicuritiba, lembra que ao optar pela aquisição de um imóvel sobre o qual constem averbações, o comprador assume o risco de o bem ser tomado como garantia para a execução da ação, caso seu antigo proprietário seja condenado. Outro ponto destacado é a redução da burocracia no momento da compra ou da solicitação do financiamento imobiliário, já que será preciso retirar apenas a matrícula atualizada, e não uma série de certidões, para comprovar a segurança do negócio.
 
Desvantagens
 
Mesmo sendo benéfica à segurança das transações imobiliárias, os especialistas levantam alguns aspectos que podem se tornar um complicador para a realização dos negócios. Um exemplo é o caso de pessoas ou empresas que pagam suas condenações ou têm patrimônio para cobrir uma possível sentença e que podem perder vendas ao terem ações averbadas aos seus imóveis.
 
Outro aspecto é o do credor não receber a execução da ação pelo fato de o proprietário do imóvel, prevendo a perda do processo, vender o bem antes da divulgação da sentença. “Para garantir a eficácia dos seus direitos, é necessário que o autor averbe a ação na matrícula o quanto antes”, orienta João Carlos Kloster, diretor de registro de imóveis da Associação dos Notários e Registradores do Estado do Paraná (Anoreg-PR).
 
Cnib
A Central Nacional de Indisponibilidade de Bens entra em funcionamento nesta segunda-feira . O sistema irá interligar oficiais de registro de imóveis, magistrados e demais autoridades administrativas.
 
Ferramentas aceleram registros
 
Além da centralização de matrícula, outras medidas serão colocadas em prática para trazer mais rapidez e efetividade aos temas relacionados aos registros de imóveis. Uma delas é a Central Nacional de Indisponibilidade de Bens (CNIB), que estará em funcionamento nesta segunda-feira (10).
 
O sistema irá interligar oficiais de registro de imóveis, magistrados e demais autoridades administrativas com competência para expedir ordens de restrição de bens de todo o país, de forma a divulgar as ordens de indisponibilidade dos imóveis registrados em nome de uma pessoa física ou jurídica. Assim, os registradores poderão lançar a possível restrição na matrícula do imóvel antes de realizar qualquer ato notarial ou de registro relativo ao bem.
 
“Todos os registradores terão acesso à central e devem consultá-la duas vezes ao dia”, diz João Pedro Lamana Paiva, vice-presidente do Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (Irib) e registrador de imóveis da 1.ª zona de Porto Alegre.
 
A CNIB já é uma das ferramentas que integrarão o registro eletrônico, que deve ser implantado nos próximos meses e contará com outros atos – como recepção de títulos, ofício e penhora –, como lembra João Carlos Kloster, diretor de registro de imóveis da Associação dos Notários e Registradores do Estado do Paraná (Anoreg-PR).
 
“O registro eletrônico será um conjunto de modalidades e procedimentos”, diz. O diretor da Anoreg-PR exemplifica que, no futuro, será possível identificar, localizar e realizar averbação na matrícula dos imóveis, inclusive dos localizados em estados diferentes, por meio eletrônico.
 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Comprador de imóvel na planta ganha mais proteção

A partir desta sexta-feira (7), quem comprar um imóvel na planta não correrá mais o risco de perder a unidade caso a construtora passe por problemas financeiros durante o período de construção do empreendimento.
 
A regra faz parte da Medida Provisória (MP) 656, anunciada pelo ministro da Fazenda Guido Mantega.
 
O objetivo das novas medidas é incentivar o financiamento de imóveis na planta ao dar maior segurança para os compradores.
 
De acordo com o advogado Olivar Vitale, especialista em direito imobiliário e conselheiro jurídico do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi), a legislação não fazia nenhuma distinção entre a construtora e os compradores dos imóveis. "Caso a empresa contraísse dívidas, os credores poderiam tomar inclusive as unidades que já haviam sido vendidas pela empresa".
 
A partir de agora, os credores poderão apenas se apropriar dos bens que estão em nome da construtora e que ainda não foram comercializados. "Mesmo que os bens da empresa não sejam suficientes para pagar as dívidas, os proprietários dos imóveis estão seguros", diz o advogado. 
 
A regra não vale para atrasos na obra e falência da construtora. Nesses casos, é recomendável que o empreendimento esteja enquadrado no regime de patrimônio de afetação, que impede que investimentos realizados na obra sejam utilizados em outros empreendimentos pela incorporadora. 
A expectativa do governo é de que, com essas medidas, os bancos passem a conceder mais crédito, mesmo diante de um cenário mais incerto da economia no país. 
 
As instituições financeiras têm sido mais seletivas ao conceder crédito para o financiamento de imóveis. Elas temem o aumento da inadimplência diante das perspectivas de aumento do desemprego e alta da inflação. 
 
A mudança de estratégia dos bancos tem provocado um aumento do cancelamento de contratos da compra do imóvel na planta, uma vez que os bancos têm se negado a realizar o financiamento da unidade no momento em que ela é entregue.
 
Na compra de imóveis na planta, os compradores fazem o pagamento das parcelas diretamente à construtora durante a fase de construção do empreendimento e passam a financiar o imóvel com o banco quando as chaves são entregues. 
 
Dívidas em imóveis usados
 
Outra mudança trazida pela medida provisória é o registro de dívidas relacionadas ao imóvel na matrícula do bem no cartório.
 
Em dois anos, todas as dívidas que incluem o imóvel como garantia de pagamento, como despesas com condomínio, IPTU, hipotecas e outras deverão ser obrigatoriamente incluídas na matrícula do bem. A inclusão dessas dívidas na matrícula do imóvel caberá aos credores.
 
Caso o registro não seja feito durante o prazo de dois anos, o credor corre o risco de não conseguir tomar o imóvel dado como garantia dos débitos, principalmente se o devedor tiver vendido o imóvel. 
Isso vale principalmente para os credores que já entraram com uma ação judicial para receber o pagamento da dívida ou tomar o imóvel dado como garantia.
 
A inclusão dessas informações na matrícula do imóvel é um processo burocrático que demanda tempo. Por isso, foi dado o prazo de dois anos para que a norma entre em vigor. 
 
No final desse prazo, os compradores de imóveis usados terão apenas de verificar a matrícula do imóvel para analisar a compra do bem, pois o documento passará a incluir todas as dívidas relacionadas ao bem.
 
"Não será mais necessário analisar diversas certidões, o que diminui os riscos de o comprador ter dor de cabeça com cobranças após a compra do imóvel", diz o advogado. 
 
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já vinha dando ganho de causa a quem prova ter adquirido de boa-fé imóveis em que os vendedores tinham pendências judiciais não identificadas no estudo da documentação, antes da compra da unidade.
 
Segundo Vitale, as dívidas registradas na matrícula não impedem necessariamente a compra, mas permitem ao interessado no imóvel exigir uma comprovação de que o proprietário pode pagar as dívidas e impedir a tomada do bem no futuro.
 
"Essa garantia pode ser obtida com cópias da declaração do Imposto de Renda do proprietário, por exemplo", diz o advogado. 
 
Fonte: Exame.com

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Maior prédio residencial do ocidente está quase pronto. Veja

 
 
 
Com inauguração marcada para 2015, o prédio 432 Park Avenue já é o mais alto do hemisfério ocidental. O edifício, em construção na cidade de Nova York, já atingiu sua altura máxima, de 425,5 metros, e está quase pronto.
 
De acordo com o CIM Group e MackloweProperties, responsáveis pela obra, a torre é feita de concreto arquitetônico, com janelas de 3 por 3 metros. O design exterior foi elaborado pelo premiado arquiteto Rafael Viñoly Architects, enquanto o visual interno das residências ficou a cargo de Deborah Berke Partners.
 
Ao todo, o gigante tem 96 andares e 104 apartamentos de luxo. As moradias mais “baixas” ficam a 108 metros do chão, o que garante uma bela vista para todos.
 
Todos os apartamentos têm pé-direito de 3,8 metros, piso de carvalho maciço, bancada em mármore italiano, ar-condicionado e armários customizados, entre outras regalias. Até agora, mais da metade das unidades já foram vendidas.
 
As que restam ainda variam de 332 metros quadrados a 767 metros quadrados e o preço faz jus à altura do prédio: parte de 16,95 milhões de dólares (42,7 milhões de reais), podendo chegar a 82,5 milhões de dólares (207,8 milhões de reais).
 
O espaço comum é dedicado a comodidades para os moradores. Nada menos que 2.787 metros quadrados (em 3 andares) abrigam facilidades, como restaurante privado, jardim ao ar livre para jantar e eventos, spa com centro de fitness, salas de massagem e sauna seca e a vapor, piscina coberta de 23 metros, biblioteca, salão, salas de bilhar, de projeção e de espetáculo, parque infantil, e sala de reuniões.
 
Como se não bastasse, ainda estão disponíveis serviço de buffet na suíte, estacionamento, concierge, porteiro 24 horas e manobrista.

Fonte: Luciana Carvalho, Exame.com 

VivaReal anuncia aporte de mais de R$ 100 milhões liderado pelo fundo Spark Capital

O investimento é o maior já recebido por um portal imobiliário no Brasil.
 
O Viva Real, portal de imóveis brasileiro líder de mercado com mais de 8 milhões de acessos mensais, anunciou na última sexta-feira aporte acima de R$ 100 milhões liderado pela Spark Capital.
 
O fundo norte-americano gerencia US$ 1.825 bilhões e já investiu em empresas como Twitter, Tumblr.
 
LeadEdge Capital, equity firm, juntou-se a Spark Capital e outros investidores nesta rodada. De acordo com o portal Crunchbase, este investimento no VivaReal é o segundo maior do ano em internet no Brasil. Nos Estados Unidos, o anúncio foi realizado pelo sócio-diretor e gestor do fundo, Jeremy Philips.
 
Philips faz parte da diretoria do TripAdvisor e foi membro do board do REA Group, grupo proprietário de um dos portais de imóveis mais valiosos do mundo, o RealEstate.com.au, que atua na Austrália. O aporte é o primeiro investimento da Spark Capital no Brasil.
 
“Nosso objetivo sempre foi oferecer o melhor produto para quem está em busca de um imóvel, assim como gerar os melhores resultados comerciais para nossos clientes – corretores, imobiliárias e incorporadoras. Este novo aporte acelera nossa estratégia de crescimento e de fortalecimento de marca no Brasil, além de trazer a experiência de Jeremy Phillips para o VivaReal, que sem dúvida irá contribuir para o atingimento de nossos objetivos”, explica Brian Requarth, fundador e CEO do VivaReal.
 
O aporte é a terceira rodada de investimentos que o portal recebe desde o início de suas atividades no Brasil, em 2009. A nova injeção de capital será alocada em desenvolvimento do produto, marketing e recursos humanos. Com este novo investimento o VivaReal chega a mais de R$ 170 milhões levantados, considerando as séries anteriores dos fundos Monashees Capital, Kaszek Ventures, Valiant Capital e Dragoneer Investment Group. O VivaReal avalia também oportunidades para abertura de novas frentes de negócios e possíveis aquisições. Hoje o VivaReal possui escritórios em mais 13 cidades, além de sua sede em São Paulo.
 
Sobre o VivaReal
O VivaReal é um portal que conecta proprietários, compradores, locadores, locatários e imobiliárias de todo o país. São mais de 2,5 milhões de anúncios de casas e apartamentos para compra e locação. O portal é líder absoluto em seu segmento de atuação* e recebe mais de oito milhões** de visitas todos os meses em seu site e mobile. O VivaReal tem escritórios locais em 14 cidades brasileiras.
 
(*) Fonte: Serasa Experian Hitwise / (**) Fonte: Google Analytics
 
Sobre  Spark Capital
Fundada em 2005, o fundo Spark Capital administra investimentos que somam aproximadamente US$ 1,8 bilhão. O foco do fundo é promover o empreendedorismo dos fundadores de negócios e auxiliá-los a levar suas empresas a patamares muito elevados do ponto de vista de suas ofertas ao mercado e valor real e percebido. Com escritórios sediados em Boston, Nova York e San Francisco, a Spark Capital investe onde enxerga boas oportunidades, não importa onde estejam.

A fumaça de churrasco que invade o apê ao lado

Texto: Jornal "O GLOBO"
 
 
Colada ao muro do condomínio de nosso leitor Renato, no Jardim Botânico, existe uma churrasqueira, de uma residência em outro empreendimento residencial. Ela fica a poucos metros da janela do quarto de Renato. O resultado é previsível: quando o vizinho decide fazer um churrasco, é barulheira e fumaça invadindo todas as frestas das janelas — sim, porque Renato fecha todas, claro.
 
O pior é que o incômodo começa pela manhã, na preparação, e se estende até a noite. Já conversei com o síndico, que se propôs a aumentar o muro no espaço da churrasqueira, pelo menos para a vista do meu quarto não ficar devassada e para amenizar o barulho, mas até agora, nada — reclama o leitor.
 
Renato já esteve na administração regional e checou: a churrasqueira está aprovada para funcionamento naquele local. Ele quer saber, então, se existe alguma chance de, em eventual ação judicial, ele conseguir:
 
1) que seja instalado um filtro na chaminé a fim de coibir a fumaça que invade a casa;
2) que o vizinho seja obrigado a mudar a churrasqueira de lugar, em função da proximidade com a janela do apartamento;
3) Que o vizinho eleve o muro a fim de minimizar o barulho.
 
O advogado Hamilton Quirino, especializado em direito imobiliário, garante que sim: o leitor está amparado pelo direito de vizinhança, previsto no artigo 1.277 do Código Civil, segundo o qual “o proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha”.
 
Assim, o morador poderá, sim, pleitear, em juízo, em ação de obrigação de fazer, sob pena de multa diária, a colocação de um filtro, a mudança da churrasqueira (se tiver espaço para tal) e também a elevação do muro, diz Quirino.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

WTC de Nova York abre as portas a primeiros inquilinos

 
 
O World Trade Center de Nova York, o edifício mais alto dos Estados Unidos, abriu suas portas nesta segunda-feira a seus primeiros inquilinos, funcionários do grupo editorial Condé Nast, num momento simbólico para a região onde ocorreram os ataques de 11 de setembro de 2001.

Cerca de 175 funcionários da editora que publica revistas como a New Yorker e Vanity Fair entraram logo cedo no prédio em Vessey Street, a poucos metros do Memorial e Museu construídos no local onde as Torres Gêmeas desabaram nos ataques que deixaram cerca de 3.000 mortos.

"Alguns estão nervosos, outros estão animados em se mudar para o sul da cidade e começar uma transformação da companhia, ajudando a revitalizar esta parte de Manhattan", declarou John Duffy, diretor de política e controle da Condé Nast.

Duffy, que trabalhou no antigo WTC nos anos 80, disse que o nervosismo se deu porque algumas pessoas "vão sentir que podem ser alvos potenciais de novo".

O WTC, de 541,30 metros e 104 andares, projetado pelo arquiteto David Childs, já se tornou um marco da Big Apple, com suas linhas simples e janelas de vidro espelhado.

O edifício administrado pela Organização Durst é de propriedade da Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey, uma agência governamental.

Para Chris Mitchell, editor da Vanity Fair, "é um grande dia para Nova York e um grande dia para a Condé Nast".

O público poderá visitar um observatório instalado entre o 100º e 102º andares, que será inaugurado em 2015.

O novo WTC inclui cinco torres, o Museu e Memorial, um centro de transporte público, cerca de 550 mil m2 de espaço para lojas e um centro de artes.
 
Fonte: AFP - Agence France-Presse

Prédios sem autovistoria começam a ser multados no Rio

A prefeitura do Rio começou a multar na última quinta-feira os condomínios que ainda não realizaram seu laudo de autovistoria predial, que avalia as condições de segurança, conservação e estabilidade das edificações. O prazo final para entrega dos laudos era 18 de setembro. A partir daí, as notificações passaram a ser enviadas. Agora, as multas começam a chegar nos condomínios. Já são quase 200.
 
 
As notificações e multas são decorrentes do atraso da entrega do laudo. Do total de 270 mil imóveis na cidade, a prefeitura recebeu apenas 24.084 comunicados de vistoria, sendo que 9.455 foram considerados adequados e 14.629 com necessidade de obras. A fiscalização, entretanto, acontece independentemente das entregas de laudo e pendências de consertos. Isso significa que a prefeitura vai verificar por amostragem o número total de imóveis em uma cronologia a partir de alguns critérios, como: a idade das edificações, áreas de concentração de prédios de grande porte, principais eixos de circulação, áreas de proteção e o impacto das edificações. Os prédios que estão em dia com a entrega do laudo estão livre de multa. Já os que forem fiscalizados e não tiverem o parecer técnico já enviado à prefeitura, serão notificados e, após 30 dias, a multa é gerada.
 
No Rio, já foram realizadas 661 notificações por atraso na entrega do laudo dentro do prazo inicial. Destes, 192 já realizaram a autovistoria e, portanto, estão livres da multa. Outros 189 vão ter que pagar multa, visto que não entregaram o laudo no prazo, nem mesmo no período de notificação de um mês. E os 280 restantes foram notificados há menos de um mês e, por tanto, ainda estão dentro do novo prazo concedido para a entrega do laudo. De acordo com a prefeitura, inicialmente, o maior número de multas foi emitido no Centro (15), seguido por Copacabana (10), e a Barra da Tijuca, com 5. Os valores correspondem a cinco vezes o valor unitário utilizado para cálculo do IPTU para imóveis residenciais (VR) ou comerciais (VC).
 
NOTIFICAÇÃO DAS OBRAS
Se, no momento da vistoria, o profissional técnico identificar a necessidade de reparos, ele estabelecerá um prazo para as obras — que também é comunicado à prefeitura. Vencido este prazo, caso não seja comunicada a adequação da edificação (realização e conclusão da obra) ou a necessidade de mais prazo para a sua realização, o responsável será notificado. A partir desta notificação, começa a contar o prazo de outros 30 dias (neste caso, referente às obras) para que a realização da obra ou o pedido de mais prazo sejam atendidas. Não sendo, os responsáveis pelo imóvel passam a estar sujeitos à multa, calculada nos mesmos moldes da penalidade por falta de comunicado: cinco vezes o valor unitário utilizado para cálculo do IPTU para imóveis residenciais (VR) ou comerciais (VC).
CUIDADOS
 
O especialista em manutenção predial e engenheiro mecânico David Gurevitz orienta que os síndicos providenciem o quanto antes a autovistoria, não apenas pela questão da multa, mas também por segurança. E explica que, na hora de contratar uma empresa para realizar o procedimento, é importante escolher uma equipe multidisciplinar (com engenheiros civis, elétricos e mecânicos) e conferir se a mesma está registrada no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea).
 
— O valor da multa é muito maior do que o valor da inspeção predial, por isso é importante não esperar a notificação para procurar o serviço. Caso passe do prazo, a multa pode chegar ao valor de cinco vezes o valor do IPTU do prédio. É importante ficar atento ao prazo de regularização, que é dado pelos engenheiros, senão novas multas podem ser geradas — sugere Gurevitz, que completa, ainda:
 
— Não importa se o síndico considerar que o prédio está em bom estado de conservação. Só engenheiros qualificados podem atestar isso. A multa é gerada pela não realização da autovistoria e não pelo estado do prédio.
 
A autovistoria deve ser realizada em todos os edifícios com mais de dois pavimentos e que tiveram o habite-se concedido há mais de cinco anos. Portanto, unidades residenciais unifamiliares (casas) ou bifamiliares (sobrados) e com habite-se emitido nos últimos anos estão dispensados. O advogado Armando Miceli Filho esclarece que no caso de imóveis alugados, sejam residenciais ou salas comerciais, a responsabilidade com os custos da autovistoria é do proprietário:
 
— A previsão legal determina que é o proprietário que tem de pagar, pois a autovistoria examina a parte estrutural e isso compete ao proprietário manter. O assunto é novo, e as dúvidas vão surgindo.

Fonte: O Globo
 

sábado, 1 de novembro de 2014

Sobrado na Vila Madalena virou 'ilha' em lançamento de construtora

Família rejeita oferta milionária, e casa resiste ao avanço imobiliário em SP
 
 
Na esquina das ruas Cardeal Arcoverde e Horácio Lane, vias conhecidas da Vila Madalena, na Zona Oeste de São Paulo, um imóvel virou uma espécie de "ilha" dentro de mais um grande lançamento imobiliário na região. Um acordo familiar fez com que os donos resistissem às ofertas milionárias da construtora Even, que confirma a futura transformação da área de 3.730 metros quadrados, que circunda o sobrado, em um condomínio de alto padrão.
 
O espaço abriga locatários antigos. Um dos mais conhecidos é a casa de samba Ó do Borogodó. Além do reduto boêmio, há uma marcenaria tocada por um casal de nordestinos há 15 anos e um remanescente barbeiro português, que já soma quase seis décadas no espaço.
 
O sobrado integra parte dos bens deixados pelo dentista David Antônio Martins à família. Na divisão da herança, o imóvel adquirido em 1958 foi escolhido por três dos sete filhos. “Não teve problema nenhum. Cada um ficou com o que queria. E foi decidido que ninguém venderia nada enquanto a mamãe fosse viva”, explica a escritora Janise Martins, uma das herdeiras. 
 
 

Os aluguéis são a fonte de renda de dona Angelina Martins, 94 anos, viúva de David. “O meu pai sempre quis a segurança dela. Minha mãe vive muito bem com a renda de tudo que o papai deixou. Não se sabe quanto tempo ela vai viver e ela tem que ter a segurança e o conforto, com tudo que ela precisa”, completa Janise.
 
Segundo a escritora, a família já era assediada por construtoras à época do acordo, após o falecimento de seu pai, em 2010. Há cerca de três anos eles resistem às propostas. Janise revela que David sempre investiu o dinheiro que tinha na compra de imóveis. “Não sei como vai ser o dia que a mamãe morrer. Meu pai sempre foi da ideia de que comprar é bom, vender é péssimo”, relata.
 
Para viabilizar o projeto, a construtora Even arrematou diversos terrenos do quarteirão. Na rua Horácio Lane, uma marmoraria e a antiga casa de prostituição Conniff foram duas das construções demolidas.
 
O empreendimento da construtora prevê apartamentos de 121 metros quadrados, três suítes, quadra, piscina coberta, salão de jogos, academia, salão de festas, churrasqueira, brinquedoteca e bicicletário – no valor médio de R$ 1,5 milhão por unidade.
 
O imóvel da família Martins já divide o espaço com a estrutura montada para o pré-lançamento. Janise revela que a oferta graúda só foi recusada por causa do acordo entre os irmãos. “Talvez teria sido muito melhor vender se a gente não tivesse esse pacto pela mamãe. É mais importante para nós pensar no bem estar dela do que no lucro pessoal que cada um teria com a venda de imóveis", pondera.
 
Os aliviados

A resistência da família Martins beneficiou diretamente a vida de dois dos mais antigos locatários. Dilma Freitas, dona da marcenaria À Moda Antiga, disse que a ameaça de despejo sempre foi um fantasma. “Eu morria de medo. Se vendesse, a gente tem nossa casa para trabalhar, mas não ia ganhar o que conseguimos ganhar trabalhando aqui", compara.
 
 
O temor não era infundado. Pelo bairro, a informação da venda circulava como verdade oficial. No posto de gasolina da rua Inácio Pereira da Rocha, em meados de agosto, os frentistas anunciavam aos clientes a notícia. “Sabia que o Ó do Borogodó vai sair de lá? Venderam quase todos os imóveis da [rua] Horácio Lane”, diziam em tom de lamento.
 
Dilma revela que pôde dormir tranquila quando teve o contrato de aluguel renovado por mais três anos. “Só aí é que tive a certeza de que não iriam vender. Tirou meu sono.” Aos 15 anos, ela deixou a cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, para realizar o sonho de viver em São Paulo. Trabalhou como costureira, foi pintora de peças de carro até casar com João Freitas e ajudá-lo no ramo de móveis.
 
Há 15 anos eles alugam a esquina do imóvel da família Martins. Apaixonados pela Vila Madalena, conseguiram juntar dinheiro e comprar a casa própria a poucos metros do local onde trabalham. “Sempre moramos na Vila Madalena, estamos há 40 anos aqui. Amo esse bairro”, afirma Dilma.
 
Vizinho do casal, Joaquim Gonçalves garante ser um dos raros barbeiros da cidade. Locatário mais antigo, ele gasta suas navalhas em barbas, cabelos e bigodes há quase 60 anos. Começou como funcionário do tio, assim que chegou de Portugal. Dividiu o espaço com um primo posteriormente, e desde 2005 cuida sozinho da clientela que acumulou.
 

A cadeira dos clientes, fincada no diminuto espaço nos anos 50, decora o ambiente de azulejos azuis e pôsteres do time da Portuguesa. A possibilidade de deixar seu negócio quase histórico também o perturbou. “Se vendesse, eu ia ter que cair fora. Fiquei com receio. Se eu saísse, era capaz que parasse com a profissão", comenta.
 
A alternativa seria recorrer ao plano B que já tinha em mente. “Acho que ia trabalhar de segurança da escola da minha filha, porque ficar em casa à toa não dá." Com o contrato renovado, ele não pensa mais em aposentar as navalhas. “Vou ficar até a hora que der”.
 
Procurados pela reportagem, os sócios do Ó do Borogodó não quiseram falar com a reportagem. Há cerca de dez anos no local, a casa de samba que ostenta semanalmente filas na porta, não renovou o contrato de aluguel, que tem prazo indeterminado. Mas, segundo os funcionários e os proprietários do imóvel, por ora, não há planos de mudança.

Fonte: Portal G1